19.3.07

foi mal... eu queria mesmo era botar o meu bloco na rua, botar pra quebrar, mesmo. queria viver as coisas, ver como é que é. não, não é possível. e, numa atitude completamente fora de moda, é necessário perceber que 'o sonho acabou'. é subir o rio, enquanto todos descem. o filme já visto, os personagens já conhecidos.

Desde ontem, penso no quanto eu sou um homem das palavras. O meu universo é esse universo de letrinhas, de fonemas, de organizações, da vírgula posta no lugar certo, do parágrafo aberto, do sentido pleno da semântica daquela palavra e não daquela. Sou homem que fala demais, que pensa de menos ou de muito, nem sei. Portanto, um universo cheio de idéias, marcado por ilusões, pela crença no amor romântico, na igualdade na diferença, na possibilidade de se lançar ao desconhecido – tudo balela lingüística! Tudo um bando de bobagem, de besteira que não serve nem pra mim, o que dizer dos outros! Tudo um grande monte de crença em porcaria! Em nada! Em absolutamente nada!

Argumentos:
1 - O medo da diferença, segundo um bando de crenças que não levam a nada, imobiliza.

2 - O medo da diferença, segundo o senso-comum, é, apenas, a defesa do espaço e da garantia da alteridade.

Conclusões:
Guarde suas conclusões para você mesmo. Elas não te garantirão nada além de nada. Do silêncio. De uma certa doze, homeopática, de desprezo, ministrada de oito em oito horas, bem controladamente. Para as horas em que vc não der mai conta, passe na Vitaflora e compre um Rescue, um Emergencial e, óbvio, um Abandono... pois, meu bem, ninguém é de ferro. Nem mesmo quem pensa...


--- Resumo da ópera:
Como é que um alguém, cuja vida é vazada em linguagem, por todos os motivos acima destacados, vive num mundo, também limitado por linguagem, sem poder dar o nome aos amores que vive? Eis a questão...


To be or not to be, that’s the question!

--Engula, portanto, o amor, com uma coca-cola, bem gelada, sem dispensar, mesmo assim, nenhuma pedrinha de gelo ou a fatia de limão a que vc tem direito. Pelo menos nessa área – exija!

Beijo e me liga!

2 Comments:

Anonymous Anônimo said...

que palavras precisas...
em minhas divagações, continuo sem saber, no entanto, me parece que só resta compartilhar a coca-cola, oferecer um gole, já que engolir é uma sensação que só quem bebe experimenta, que tal dividi-la?

abraço.

2:49 PM  
Blogger Diógenes Maciel said...

why not?
a gente divide tanta coisa pela vida, né? por que não uma coca-cola?

10:57 PM  

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