10.9.06

Sampa ou MPF III ou "Vou voltar..."

Desembarcando lá no Aeroporto Congonhas já me espantava com a lindeza-estranheza do céu cinza de organdi... São Paulo é assim mesmo! Um enorme gigante de concreto deitado sob o céu, olhando pra cima e esperando que pássaros de aço pousem sobre ele, ora saudando, ora acariciando-o e voltando ao voo. Malas no Hotel e pernas para que te quero. Andei o dia todo, de um lado pro outro, entre o encantamento do novo, a lembrança do antigo, a descoberta dos livros e discos e nada mais. São Paulo.
À noite fui ver A PEDRA DO REINO, teatralização de Antunes Filho para o romance de Ariano Suassuna. Uma maravilha. Apesar do cansaço de uma noite quae sem dormir e de um avião-lata-de-sardinha, consegui aproveitar, mas queria ver de novo. Quem sabe? Enfim. Foi espantoso, finalmente, ver no Sudeste-Maravilha o nosso Regional encenado. O ator que faz o Quaderna é genial. Ou a voz de todos é maravilhosa ou a acústica do teatro é incrível. Fico com a segunda, sem desconsiderar a primeira. Achava que ele não sustentava o timbre e o sotaque até o fim. O que? Ele "sustenta Quaderna" -- refraozinho de uma musia do final que esta colada na minha cabeça -- !!! Figurino lindo, tudo lindo. A baertura é genial O epos-rapsódico em cena. Lembro de Duilio, pois quase os 40 primeiros minutos é pura narração, com agumas intervenções. Às vezesenfraquece o ritmo, ou seria o meu cansaço. Mas, lembro dele e me sinto vingado-- Viva o teatro narrativo!!!! Famílias e sobrenomes conhecidos em cena: os Pessoas (Lugia? Vc por aqui?) e os Dantas (acenda o meu cigarro?)... fora os Quadernas: a mãe sempre entra em cena sobre o pai (parece a cena de Ludovina e José), cantando, cantando, lindo, um delírio. Destaco também as cenas de coro e a cena da boiada... depois conto como é.
Segundo dia. 25 de março. A loucura total. Tem de tudo ali. Uma maravilha de preços. Massa. À noite vou ao teatro, depois de passar na FNAC da Paulista -- não vou nem comentar! -- Este é o dia do Grupo Folias. De ultima hora, encontro na programção a peça EL DIA QUE ME QUIERAS. Maravilha. Peça argentina, acho. 135 min. de duração. melodrama-comédia. Genial. Musica ao vivo, atores que cantam -- vcs sabem que eu adoro. A história de uma familia classe mnedia decadente que tem o cotidiano modificado com a chegada de Carlos Gardel. Uma das irmas esta para ir à Russia sovietica com o namorado pretenso comunista que é devoto do camarada Stalin. Uma confusão total. Maravilha. Destaque para o uso do Galpão do Folias. Por que a gente em Jampa não sabe usar espaços alternativos? Eu quero um dauquele igulazinho. A porta abre pra rua e uma série de ações acontecem no meio da rua e a gente aproveita do recurso cenico e, ainda, ve a reação dos passantes. Tudo! Maravilha! A cena mais genial é descrição d eum suicidio em que a enfermeira pula da pilha d elivros formada pelos Les miserables, em dois tomos, a Biblia, O crime do Pe. Amaro e sei lá mais quantos e suicida. Ela se suicida de cima do melodrama do seculo XIX. Que massa! Os atores, todos incríveis. Um monte de gente de Jampa gostaria, mas lembrei muito de Giovanni. Ai, gente, a gente, de repente, ve que teatro, mesmo o mais despojado de virtuosismo -- que estavam lá -- em atores perfeitos -- é uma coisa que a gente ainda não aprendeu de todo!
Hj. O fantasma da ópera, no teatro Abril. Ui!
ps (para quem entende): Todos e todas! Esta cidade é qualquer coisa... depois conto!