19.7.06

Rent 01

Ali pelos idos de 1998, quando a internet começou a compor páginas da minha vida, na eterna aventura de fins de semana em que entrar num página e sair noutra era, ainda, a atividade mais fascinante, e quando o meu grande fascínio pelos musicais da Broadway estava no auge de sua florada, conheci RENT, um miscal de Jonathan Larson, estreado em NY em 1996. 1996. O ano chave de tudo. Acabava eu a Escola, entrava eu na UFPB. É o ano do ponto de virada, do ponto de inflexão, talvez, arriscaria, do ponto sem retorno. Pois bem, enquanto isso, em NY, estreava RENT.
Resultado contundente e interessante dos impactos da década de 1980 sobre a cultura e costumes americanos -- certa maneira mundiais -- este musical trazia para o circuito Off-Broaway a vida de um grupo de amigos envolvidos, em primeira instância com a impossibilidade de pagar o aluguel do loft, logo logo saberemos que isso é o menos importante. Mark Cohen, um jovem aspirante à documentarista divide seu espaço com Roger, um guitarrista carrancudo, que sonha em escrever "one song" que leve à glória, antes da morte. Afinal, comos aberemos logo logo Roger precisa tomar AZT, pois, como diz Mark, "His girlfriend April/ Left a note saying "We've got AIDS"/ Before slitting her wrists in the bathroom"... Antes que avance muito, esqueci de citar algo importantíssimo, o musical RENT é, certa maneira, baseado na ópera La Boheme, de Puccini, em que Boêmios, entendidos como estes personagens eram vistos na Belle Epoque, se debatem contra a turbeculose que atinge a protagonista, Mimi. Não é por acaso que uma personagens femininas de RENT seja Mimi, que, como em La Boheme, chega à casa se Roger para conseguir fogo para acender a vela, que não só ilumina o ambiente, como garante calor, que começa a emanar desta relação. Mas, Roger, desde o início se esquiva -- ele tem medo de se apaixonar e do vírus (quase uma sentença de morte àquela altura).
Mais dois personagens nos são apresentados: Tom Collins e Angel. Na noite de Natal, quando Collins chega à NY para visitar Mark e Roger, ele é assaltado na rua e acaba conhcendo um artista, que também se "monta" como drag queen. Os dois são, também, HIV positivo e acabarão se apaixonando. É em torno deles que se desenvolverá um importante núcleo dramático. Mas depois falo mais deles.
Atualmente, o prédio está sendo administrado por Benny, um antigo roomate destes dois. Trava-se o primeiro conflito: na realidade, velho conhecido -- alguém, para galgar outros espaços, deixa-se ser cooptado. Benny havia dividido aquele espaço também com Collins e Maureen, atiga companheira de Mark, atualmente namorando com uma advogada chamada Joanne. Curiosamente, na versão cinematográfica -- que também será comentada posteriormente, Benny parece-me mais maquiavélico que na peça. Enfim, depois tento chegar a algum lugar.
Naquela noite, Maureen está organizando uma performance, um portesto, a favor dos sem-teto e também por conta da consequente perda de seus espaço. Mais uma consequencia da especulação imobiliária do sogro de Benny.... a vida sempre apronta...