25.1.07

lágrimas

Joe. ele voltou. múltiplo, em seus heterônimos. todavia, Ele só se apresenta, agora, em uma de suas faces: aquela que une o aproveitador e a confiança. Ele olhou para Norma com seu olhos de conhecer e Ela tentou falar. mas, nada foi além das palavras, ou além dos silêncios... restava, apenas, lembrar das lágrimas de outrora...

o céu azul, a terra ocre, um bando de gente lutando pra ser feliz

vi, segunda, o novo filme de karim aïnouz. obviamente, como todo filme muito esperado, eu tinha uma série de espectativas: seja pela presença de zezita matos, seja pela explosão de sucesso que ele causa por onde passa. fui ao cinema. claro que já ia, mais ou menos, preparado por algusn comentários advindos de gente que já vira o filme antes de mim -- sempre os melhores comentários. não seis e tenho algo a dizer, ams vou tentar assim mesmo:
em se tratando de um filme do mesmo cara que dirigiu madame satã, a gente não poderia esperar algo menos interessante. se o filme anterior nos pega como um soco no estômago, mesclando lirismo, poesia e muita vida real [no que há d melhor e d pior nesta expressão], este novo nos pega pela confusão em que ele nos joga ao tratar do mais cotidiano dos personagens -- a migrante que volta de são paulo e não mais consegue se adaptar ao nordeste, trazendo um filho nos braços, ideais de como melhorar de vida engrossando o mercado da pirataria de cds, dvds e games... além de, claro, uma estória de amor que, como veremos, será nada mais nada menos que frustrada -- essa é hermila que cai sem para-quedas na casa da avó [zezita] e da tia, onde irá conhecer georgina, uma menina que se prostitui ali, nos arredores do posto, enquanto esquece a vida toamndo porres de acetona, fumando um cigarrinho de maconha e, óbvio, dançando muito aviões do forró na boca da noite, com um 'tubo' de cana na mão. são fantásticas estas cenas -- hermila, a atriz, arrasa como hermila, a personagem, na medida em que o forró de plástico e de dor de cotovelo é transformado em síntese do não-lugar de hermila -- a única pessoa que usa um cabelo pintado com duas cores na cidade --, posi este forró toca em qualquer lugar e fala a quaisquer ouvidos...
hermila quer, então, sair daquele lugar onde de tanto lugar o único espaço de refrigério é a porta aberta da geladeira e inicia a rifa de um uísque... até que, através do contato com georgina, ela descobre um novo caminho -- rifar a si mesma, ou melhor, rifar o seu corpo e neste momento ela se torna outrem; o corpo a ser rifado é o corpo de suely -- a moça estranha àquele lugar... hermila é neta de sua avó, suely é o passaporte para o céu. suely pode oferecer-se a todos, hermila não -- ela espera mateus ligar de sampa, ela faz amor com joão que, comot odo bompríncipe encantado, compraria o talão inteiro da rifa, ficaria com ela, correria atrás do ônibus e voltaria sozinho... joão é o cara! ele é boa-pinta, gente boa, decente, mas ele é de iguatu e de lá, hermila nada quer. ela só quer a passagem para o lugar mais distante possível.
zezita matos numa atuação discreta tem seu grande momento quando dá umas boas pancadas em hermila [ou será em suely] enquanto quer entender a questão da rifa. é uma coisa, digamos, impactante.
suely e hermila, por fim, partem dali, sem olhar para trás, sem aceitar a carona de joão em sua moto, sem saudades de iguatu... será?

20.1.07

Ah, esse inferno de amar!

  1. Este blog é uma baixaria... quanto erro de português minha gente! Afe! Eu me sinto um analfabeto total toda vez que releio, mas, de outro lado, tb gosto que seja assim mesmo.. meio desleixado.. chega, de sério basta a vida!
  2. Quando era eu criança, lá em casa, se ouvia muito uma samba-canção que dizia: Jurei, juro que jurei, nunca mais amar como eu te amei... Por que será que essas coisas ficam, assim, coladas na cabeça da’gente?
  3. O tempo passa, passa, re-passa e eu me sinto completamente parado, como se nada andasse – outras vezes é ainda pior, o que anda, e se anda, anda pra trás...? isso é possível? Isso é capaz, mesmo, de acontecer? Putz!
  4. Algumas horas da minha vida ouvi, de muitas bocas, que eu sou ansioso, que eu não sei esperar o tempo, que eu sou isso que eu sou aquilo. Foda-se!
  5. Não. Não tenho Paciência, essa estranha virtude, parece-me, dada a apenas alguns poucos. Não, esta eu não tenho. Quero tudo, hoje, agora. Para sempre seria massa, mas acho que, para sempre, é muito tempo...
  6. To cansadão. Cansado de tudo e de todos. Preciso de coisas boas na minah vida. Mas, Diógenes, vc é muito jovem...! É! – Um jovem que já vai completar este ano 29 na cara. Jovem. Muito jovem. Quando eu tinha 21 eu era jovem , aos 298 eu ainda sou jovem... que bom que, para mim, o tempo, conforme eu já disse em [3] – aos mais desatentos, é só retornar...
  7. Por que eu quero, tanto, amar?
  8. [...]

16.1.07

ano novo, vida nem tão nova assim

o ano acabou que eu nem senti... aliás, ando não sentindo muita coisa, socorro -- alguém me dê um coração! o reveillon foi bem diferente -- pela primeira vez resolvo ir á praia e digo que adorei, mesmo sem o show pirotécnico, pois aqui, em Jampa City, os fogos foram roubados??!!! como assim? pois, até hj aindaanão entendi... mas, teve show da Zeca e foi massa! dançamos bem muito, pinotamos, ouvi telegramas [lembrandod e momentos e de pessoas] ouvi que eu podia comer pão de ló e tomar champgne, ouvi que eu tinah tudo para ser feliz [segundo grau completo -- neste caso, terceiro e o resto todo --, curso de datilografia -- neste caso, uso bem o word -- e uma passagem de ônibus p qualquer lugar do país... -- não tenho, mas se for o caso, eu compro]. Fui a um show de Ivete, com outras 26000 pessoas [literalmente] cheguei em casa e achava que ia perder o dedo que, em tepo, novamente está com a unha encravada. ous eja, tudo mais ou menos igual... acho que voltei a gostar de sagitarianos... enfim. a vida
enquanto isso, fico aqui, diariamente...
Diariamente
Composição: Nando Reis

Para calar a boca: rícino
Pra lavar a roupa: omo
Para viagem longa: jato
Para difíceis contas: calculadora
Para o pneu na lona: jacaré
Para a pantalona: nesga
Para pular a onda: litoral
Para lápis ter ponta: apontador
Para o pará e o amazonas: látex
Para parar na pamplona: assis
Para trazer à tona: homem - rã
Para a melhor azeitona: ibéria
Para o presente da noiva: marzipã
Para adidas o conga: nacional
Para o outono a folha: exclusão
Para embaixo da sombra: guarda-sol
Para todas as coisas: dicionário
Para que fiquem prontas: paciência
Para dormir a fronha: madrigal
Para brincar na gangorra: dois
Para fazer uma toca: bobs
Para beber uma coca: drops
Para ferver uma sopa: graus
Para a luz lá na roça: duzentos e vinte volts
Para vigias em ronda: café
Para limpar a lousa: apagador
Para o beijo da moça: paladar
Para uma voz muito rouca: hortelã
Para a cor roxa: ataúde
Para a galocha: verlon
Para ser moda: melancia
Para abrir a rosa: temporada
Para aumentar a vitrola: sábado
Para a cama de mola: hóspede
Para trancar bem a porta: cadeado
Para que serve a calota: volkswagen
Para quem não acorda: balde
Para a letra torta: pauta
Para parecer mais nova: avon
Para os dias de prova: amnésia
Pra estourar pipoca: barulho
Para quem se afoga: isopor
Para levar na escola: condução
Para os dias de folga: namorado
Para o automóvel que capota: guincho
Para fechar uma aposta: paraninfo
Para quem se comporta: brinde
Para a mulher que aborta: repouso
Para saber a resposta: vide - o - verso
Para escolher a compota: jundiaí [ -- esse é p tu, lygia]
Para a menina que engorda: hipofagi
Para a comida das orcas: krill
Para o telefone que toca
Para a água lá na poça
Para a mesa que vai ser posta
Para você o que você gosta
Diariamente