26.2.07

concurso

hj é o concurso em Campina... portas abertas... até mais tarde

24.2.07

aquele da pressa

ouvi tudo e todos. ok: beleza: eu errei. atirem as pedras sobre o meu frágil telhado de vidro enquanto, cá embaixo, eu me preparo para juntar os caquinhos e a poesia entornada no chão. ela está lá -- completamente espalhada, completamente jogada...

p. que pariu!

choveu. é. hoje choveu. choveu quando eu acordei. choveu na estrada para campina. choveu no caminho de volta. choveu quando estava chegando em casa. choveu no meu coraçaõ. choveu em terra árida. choveu em terras férteis de esperanças. choveu na esperança cansada de tanta guerra. choveu onde a gente só sente. choveu onde, às vezes, só dói. choveu bem muito. molhou... e a chuva passou. não sei mais o que pensar, o que sentir para onde apontar a minha bússola, para onde fica o Norte, para onde fica o Sul. outras vezes, acho que não sei mais de nada.
fui e voltei. pensei o dia todo. pedi para que as coisas fossem diferentes [pelo menos dessa vez] do que sempre é. pedi. acreditei, esperei. queme spera, sempre alcança -- disseram-me um dia... mas, de tanto esperar criei raízes profundas em terras que nunca sabem mais o que são. sempre ouço que o caminho que escolhi é o pior, o mais tortuoso, o das pedras mais agudas, mais afiadas. sim, eu sei. sim, eu sinto. eu sei e sinto. mas, fazer o que? queria mudar tudo, os rumos, as bússolas, os Nortes magnéticos -- que as agulas não mais apontassem para o mesmo lugar, mas que cada dia fosse o novo, o mágico, o inefável. o imprevisível, sempre.
estive. estive lá. o mundo -- este mesmo quye gira semre ao redor do Sol -- mais uma vez -- PAROU! parou do meu lado. o carrosel do destino quase me derruba do cavalinho onde tenho medo, ainda, de estar. não queria mais ter medo. cansei de ter medo. por isso mesmo, encarie o meu destino, tomei rédeas e fiquei ali, em pé -- de posse e em pose -- acreditando, mesmo, na foto.
falei. ouvi. só daquilo que sentia, mesmo que muito tenha ficado guardado na caixa preta da memória e do coração, terra inexpugnável, destruída palmo a palmo, onde não sei lá quem vive. onde não sei lá se chove. onde não sei lá quem sou. estradas largas, outras estreitas, onde correm paralelas e automóveis nos passam à frente... olhando, dali, a gente só v. a janela do carro e do quarto. quem é?

21.2.07

Hoje, agora, esta noite, estes últimos dias, só Camões [ele mesmo!] para me entender....

"Eles verdes são,
e têm por usança
na cor, esperança
e nas obras, não.
Vossa condição
não é d'olhos verdes,
porque me não vedes.

Isenções a molhos
que eles dizem terdes,
não são d'olhos verdes,
nem de verdes olhos.
Sirvo de giolhos,
e vós não me credes
porque me não vedes.

Haviam de ser,
porque possa vê-los,
que uns olhos tão belos
não se hão-de esconder;
mas fazeis-me crer
que já não são verdes,
porque me não vedes.

Verdes não o são
no que alcanço deles;
verdes são aqueles
que esperança dão.
Se na condição
está serem verdes,
porque me não vedes? "

12.2.07

segunda

saí de casa em pleno sol. muito cansaço. uma vontade de fazer nada, um concurso me azucrinando a cabeça. o carnaval está batendo em minha porta e eu não tenho nenhuma vontade de deixar ele entrar... não: queria que ele corresse mundo e fosse para bem longe de mim. fui ao cinema e assiti BABEl -- filme lindo, nada de extraordinário, mas, ao mesmo tempo, extraordinariamente lindo. passei boa parte do filme pensando em como algumas da pessoas mais minhas queridas iriam receber esse filme. um filme que fala de diversidade étnica e cultural [assunto meio lugar-comum, hj, em dias tão politicamente corretíssimos], de diversidade de visões de mundo, de diversidade de mundos, dividos pelas diferenças de cor, de costumes, de maneiras de amar e de línguas. tudo, aparentemente, gira em torno do casal de americanos em viagem para o marrocos, uma viagem que parece ser urgente para reconstruir a vida deles -- Cate Balnchet e Brad Pitt em atuações discretas, mas extremamente corretas, de uma mulher preocupada com detalhes mínimos e que se verá em estado de emergência em meio ao nada, e de um homem, triste, acabrunhado e que redescobrirá, na dor e na perda, não só o amor como também a si mesmo. acompanhamos o silêncio e a tristeza da garota japonesa que não consegue mediar sua relação com o mundo pela linguagem oral -- sentindo-se só, diferente, monstra, e que, na busca desenfreada e desesperada, por si mesma, acaba sempre esbarrando no mundo de silêncios em que ela vive -- um silêncio muito mais profundo que aquele das palavras. vemos o universo árido e seco da família de marroquinos que cruza o caminho entre os EUA e o Japão, em crianças tão ásperas quanto aquele deserto ensolarado por onde passa o ônibus de turistas e a vida que teima em se manter viva. do outro lado do mundo, outras crianças, são expostas a um mundo real pela babá, não por maldade, mas, justamente, por sua bondade infinita que a punirá severamente, marcada que ela é pela sua condição de migrante...
saí do cinema mexido. mexida está a minha vida, é claro. muito...

11.2.07

aquele da tristeza

pois, como diria o poeta, "tristeza não tem fim..." chegou. saiu. ninguém viu de onde veio ou para onde foi. amor contrariado, sim, mais um balde água fria [bem fria mesmo, on the rocks]... como sempre. não adianta acreditar [nem na foto!], e essa descoberta não é menos sofrida, nem menos triste, pode crer. como não vi, nem tenho muito o que dizer... digo, apenas, que nada continau sendo nada e que devo aprender a não sonhar. sonhar não é direito, sonhar é, apenas, o que é: devaneio!

4.2.07

hoje

estava lá, bem sentadinho, de pois de vencer a ressaca do domingo. sentado, eu juro!! eu desde ontem fico aqui me cobrando: se eu estivese mesmo querendo ficar quietinho, ficava em casa, pois boa romaria faz quem em sua casa está em paz. se estivesse, mesmo, quieto, ficava em casa. é isso. eu devia ter ficado em casa. era. mas, não fiquei. chegou, percorreu o ambiente, sentou na minha frente, olhou, não entendeu entendendo. percorreu tudo, e saiu para fumar lá fora. dividida estava a festa. cindida, partida ao meio, em duas. nada mais. o mundo parou, o relogio corria sem correr, o vento não ventava, o mundo ganhara, naquele exato momento, um outro eixo. nada mais fazia sentido, o domingo começaria e terminaria, bem ali, naquele exato lugar, naquela hora e estava tudo bem. todo o resto era nada, nada além de nada.
apesar desse enredo de melodrama, nada fazia-me crer que o final seria o da plenitude amorosa. não, ao contrário, o final tenderia ao amor contrariado. como sempre. este é o enredo de mim mesmo e de minha existência. cenas de filme antigo, palavras de chico buarque: olhos nos olhos, como vai você, quando o carnaval chegar. não, não me acho nada. a beleza não mora em mim. eu quero dinheiro. devia ter estudado letras e devia escrever. tempo. espera. pausa. outro cigarro, mais outro. goles de cerveja. sempre. cuidado para não cair. não, não caio. cuidado assim mesmo. ok.
palavras, gestos, a mão na perna, o silêncio. e o mundo parado... um pazer da porra em te conhecer. será que este nada eterno será de novo. não sei.