27.3.07

Hard Times

Satine esperou. E Joe Gillis reapareceu do fundo do mar da vida. Saiu da piscina em uma de suas faces – o escritor. Ele reapareceu e escreveu um roteiro perfeito – o re-encontro à luz da lua, palavras bonitas, sorrisos perfeitos. E foi perfeito. Como sempre. Ela tocou-se. Enfeitou-se e foi ao seu encontro. Mas, morto que estava nas águas do fundo do mar da vida, Joe nada poderia oferecer além de nada. Só o seu silêncio e o seu script.

Re-encontraram-se. Promessas-palavras. Nada além disso. Nada além de uma ilusão.

26.3.07

desabando....!

sabe quando as coisas começam a desabar?

sabe quando a árvore vai cair e vc tem correr, o mais rápido que pode, pra ela não te esmagar na queda...?

é,
é assim mesmo!

22.3.07

the movie in my mind

ontem, voltando pra casa, saindo da aula de brasileira IV, vinha escutando uma das minahs músicas preferidas de um musical francês, em sua versão londrina: The movie in my mind - Miss Saigon. é engraçado como, de repente, a gente deixa o tempo passar e, assim mesmo, e talvez por isso, as coisas ainda significam ou se re-significam. como adeilma estava comigo no carro, e ela - digamos - não entende muito bem inglês, eu passei à posição de tradutor-simultâneo. ela gostou. hj ouvi de novo. e acho que to querendo ouvir de novo. no contexto da peça, essa música tem uma função bem interessante - ela quebra a noção de realismo no palco (se é que eu posso falar em realismo numa peça que usa da modalidade cantada na maior parte do tempo, se não em todo o tempo), abrindo espaço para um lapso de tempo em que duas das dançarinas do Dreamland (Gigi e Kim) dirigem-se ao público, falando daquele filme que passa em suas cabeças. todavia, é interessante pensar que cada uma tem um filme diferente: enquanto Gigi, com pés bem no chão, ainda assim sonha com a viagem para New York com os filhos que tomam sorvete e ganham seu soldo em dólar -- mesmo ja´experiente em suas relaçõe com os americanos; de outro lado, Kim, recém-chegado ao cabaret, apenas pode esperar uma vida bem longe dali, mesmo que seu corpo ali esteja e a eles passe a pertencer...
é meio isso, quem sabe a gente, de repente não mais que de repente, não nos deparemos, sempre, com os filmes em nossas cabeças -- seja os mais felizes, os mais esperançosos, os mais tristes... o que importa, e isso é bem verdade sim, é que semrpe estamos construindo enredos cinematográficos para aquilo que a gente quer, notadamente, nas relações amorosas. a gente sempre quer um encontro de fim de tarde, palavras bonitas ao telefone, visitas inesperadas, beijos intermináveis -- e como se fosse pouco, a gente ainda quer que toque uma linda música (instrumental, por favor) e, mesmo com o sol se ponde, bem que deveria chover -- pois beijo na chuva é o que há!
vamos curtindo o filme...

19.3.07

never

antes de ler este, leia o anterior...

"I'm sorry for everything I've said
And for anything I forgot to say too
When things get so complicated
I stumble, at best, muddle through
I wish that our lives could be simple
I don't want the world, only you
I wish I could tell you this face to face
But there's never the time, never the place
So this letter will have to do
I love you"
foi mal... eu queria mesmo era botar o meu bloco na rua, botar pra quebrar, mesmo. queria viver as coisas, ver como é que é. não, não é possível. e, numa atitude completamente fora de moda, é necessário perceber que 'o sonho acabou'. é subir o rio, enquanto todos descem. o filme já visto, os personagens já conhecidos.

Desde ontem, penso no quanto eu sou um homem das palavras. O meu universo é esse universo de letrinhas, de fonemas, de organizações, da vírgula posta no lugar certo, do parágrafo aberto, do sentido pleno da semântica daquela palavra e não daquela. Sou homem que fala demais, que pensa de menos ou de muito, nem sei. Portanto, um universo cheio de idéias, marcado por ilusões, pela crença no amor romântico, na igualdade na diferença, na possibilidade de se lançar ao desconhecido – tudo balela lingüística! Tudo um bando de bobagem, de besteira que não serve nem pra mim, o que dizer dos outros! Tudo um grande monte de crença em porcaria! Em nada! Em absolutamente nada!

Argumentos:
1 - O medo da diferença, segundo um bando de crenças que não levam a nada, imobiliza.

2 - O medo da diferença, segundo o senso-comum, é, apenas, a defesa do espaço e da garantia da alteridade.

Conclusões:
Guarde suas conclusões para você mesmo. Elas não te garantirão nada além de nada. Do silêncio. De uma certa doze, homeopática, de desprezo, ministrada de oito em oito horas, bem controladamente. Para as horas em que vc não der mai conta, passe na Vitaflora e compre um Rescue, um Emergencial e, óbvio, um Abandono... pois, meu bem, ninguém é de ferro. Nem mesmo quem pensa...


--- Resumo da ópera:
Como é que um alguém, cuja vida é vazada em linguagem, por todos os motivos acima destacados, vive num mundo, também limitado por linguagem, sem poder dar o nome aos amores que vive? Eis a questão...


To be or not to be, that’s the question!

--Engula, portanto, o amor, com uma coca-cola, bem gelada, sem dispensar, mesmo assim, nenhuma pedrinha de gelo ou a fatia de limão a que vc tem direito. Pelo menos nessa área – exija!

Beijo e me liga!

18.3.07

mal

-- tô mal!
vai um Elton John/Tim Rice, aí?

How have I come to this
How did I slip and fall
How did I throw half a lifetime away
Without any thought at all
This should've been my timeI
t's over, it never began
Facing a world, for once not on my side
I simply turned and ran

I try to blame it on fortune
Some kind of twist in my fate
But I know the truth and it haunts me
I learned it a little too late
I know the truth and it mocks me
I know the truth and it shocks me
I learned it a little too late

People have faith in me
I think I once did too
I promise whoever has a hold on our lives
I'll see the bad times through
This should have been my time
It's over, it never began
Facing a world, for once not on my side
I simply turned and ran

I try to blame it on fortune
Some kind of shift in the stars
But I know the truth and it haunts me
It's flown just a little too far
I know the truth and it mocks me
I know the truth and it shocks me
It's flown just a little too far

I try to blame it on fortune
Some kind of twist in my fate
But I know the truth and it haunts me
I learned it a little too late

12.3.07

agora

--- Talvez, para quem não conheça a interpretação dessa bela canção -- da Betha, obvio -- não entenda... então, fica para quem entende...

Agora que agora é nunca
Agora posso recuar
Agora sinto minha tumba
Agora o peito a retumbar

[...]

Agora ainda não choveu
Agora tenho mais memória
Agora tenho o que foi meu

[...]

Agora volta pro novelo
Agora a língua em minha boca
Agora meu avô já vive
Agora meu filho já nasceu
Agora o filho que não tive
Agora a criança sou eu
Agora sinto um gosto doce

[...]

Agora

10.3.07

fugaz

como definir, em palavras, aquilo que é do efêmero. como definir ou, neste caso, dizer daquilo que é só fugacidade. de instantes que se multiplicam, de momentos que tornam no caleidoscópio do tempo. de instantes que, pelo jeito, se multiplivam pelo continuum no tempo. estava eu, afinal, anos antes; dias antes; meses antes... séculos...
se, às vezes, precisa-se de um ano até se chegar a uma verbalização - quanto tempo se espera pelo gesto. tudo bem que as palavras são gestos, gestos feitos som, imagem, cor. mas, e o gesto da mão, aquele outro gesto que constrói, destrói ou, pior, desconstrói? -- talvez, é verdade, nunca venha...
se, de um lado, re-signifiquei RENT, vendo e descobrindo outros caminhos, outras trilhas; de outro, a vida também se desenha em músicas de Bethânia; em motos pelo Sertão, em colchões sem mola, em malas de carro aberta... putz! FUGAZ! Full Gas!

7.3.07

Santa Fé

pois é... o concurso, passei. ufa! foi difícil, não pelo processo em si, aliás muito legal [pra mim, ao menos], mas tudo o que estava envolvido nele, nas perdas e ganhos, etc. mas, enfim, sendo o que sou, consegui superar as barreiras e as antigas portas fechadas e cheguei lá. mas, hj, hojezinho mesmo, o que eu mais queria era ir pra Santa Fe e abrir aquele belo restaurante...